DECLARAÇÃO À NAÇÃO

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Mais do mesmo assunto no primeiro post deste blog

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ROUBO DE INGRESSOS ESCANCARA CRISE DOS CAMBISTAS

Antes de entrarmos no mérito do MELHOR DISCO DO ANO, vamos falar de outro assunto...


Uma notícia recente causou espanto a quem acompanha o mercado musical brasileiro. No início de dezembro, ladrões armados pararam um carro-forte para roubar lotes de ingressos de grandes shows internacionais que se realizarão no Brasil no início deste ano de 2010, sendo eles os shows das bandas Metallica, Coldplay e Cranberries, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os lotes estavam sendo levados para a sede da Ticketmaster, empresa revendedora dos ingressos, onde seriam colocados á venda via internet. Num gesto rápido, a empresa cancelou os lotes de ingressos para evitar que caíssem na mão de cambistas. Se você já tem ingresso para um destes shows, saiba aqui se seu ingresso foi invalidado para o concerto.

Esse gesto mostra a que ponto o controle das revendedoras sobre os ingressos impressos está mais forte fazendo com que a indústria que alimenta os cambistas, claramente de origem criminosa, entre em desespero pois até recentemente não era preciso uma ação tão arriscada e contundente para fazer com que os ingressos chegassem às mãos deles. Bastava apenas organizar bandos que iam às bilheterias para pegar lotes inteiros através de acordos pagos geralmente aos revendedores ou bilheteiros. Assim, com acesso fácil e os ingressos se esgotando rapidamente, alimentam ainda mais a vontade dos fãs, que não desejam perder determinado show fazendo com que recorram.... aos cambistas, lógico.


O blog SINTEXTICO já caiu nessa arapuca uma vez, depois que foi anunciado que os quase 900 lugares do Auditório Ibirapuera para os shows de Cat Power e Antony & The Johnsons em outubro de 2007 se esgotaram em menos de 3 horas. Após algum tempo sem perspectiva de obter ingressos, entrou-se em contato com um telefone de cambista distribuído pela internet. A facilidade do “serviço”, que contrata até motoboy pra levar o ingresso à sua porta, seduz muita gente que acaba se fidelizando a esses vendedores mesmo pagando ágios que variam de 100 a 200% (o ingresso de R$ 80 custava R$ 250, e o de R$ 120 passou a R$ 350).


Chegado o momento do show, percebeu-se que essa correria foi inútil pois muitos estavam revendendo quase a preço de custo ingressos que não poderiam ser aproveitados por pessoas ausentes do local. Daí entra o segundo elemento que parece estar minando os cambistas: os desistentes de última hora. Algo já comum na Europa e que claramente cresce no Brasil é o hábito de buscar na internet ou na porta dos locais dos shows pessoas que possam vender ou comprar ingressos desses desistentes.


Vendidos por amigos ou conhecidos, fazem isso para que o prejuízo pela ausência seja o menor possível. Este blog também se utilizou dessa tática uma vez, antes do show da banda Beirut no Via Funchal em São Paulo em setembro de 2009, conseguindo comprar o ingresso por um preço ainda menor que o valor de face do ingresso. Ainda assim, vale lembrar que mesmo na Europa ainda existem cambistas “profissionais”, portanto isso é algo que não acaba da noite para o dia.

Sendo assim, será que é melhor comprar ingressos que já estão nas mãos dos cambistas, mesmo sabendo do que estaria por trás dessa comodidade, ou então esperar até o momento certo de demonstrar o quanto se quer ver determinado show e assim conseguir um ingresso? A mesa está aberta às manifestações...

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